O comércio e a tradição da rapadura no Estado
A tradição do doce que é herança cultura encontra-se com a comercialização do produto no Estado
Em todo o estado, a rapadura é um produto que faz parte da tradição familiar. Foto: Fernanda Filiú
e Pindoretama ao Cariri, a rapadura é um doce típico que atravessa o Ceará e está presente na mesa de milhões de pessoas. Mas o setor vem perdendo força em todo o estado. Segundo o Censo do IBGE de 2017- dado mais recente sobre a produção -, o Ceará produziu 40,57% menos do que em 2006, ano do último levantamento. A previsão é que os efeitos da pandemia da Covid-19 tenham intensificado a queda na comercialização da iguaria cearense.
Por se tratar de uma produção que tem origem da mão de obra informal e familiar, as exigências legais trabalhistas na contratação de trabalhadores fazem parte dos fatores que influenciam a redução do consumo.
D
TRADIÇÃO
A terra da luz, onde o sol ilumina e o sal banha a cidade o ano todo, cultiva a tradição do comércio da rapadura. Não apenas alimentando os paladares, a rapadura fortifica a economia de famílias cearenses e transforma o doce em uma memória.
Rapadura é mais Nordeste do que o Nordeste é Rapadura
Elineuza, matriarca de uma família que comercializa a rapadura, compartilha seu conhecimento e paixão pela venda do doce com a filha Maria Luiza. Juntas, elas representam uma conexão viva entre o passado e o presente, preservando uma tradição que ecoa em todos os cantos do estado. A filha, Maria Luiza, não apenas abraça essa tradição, mas também a reinventa para os tempos modernos. Com formação em Gestão de Políticas Públicas, ela analisa o comportamento dos consumidores e destaca o crescimento das vendas no período de amamentação.
"Acredito que podemos preservar a tradição enquanto nos adaptamos às demandas contemporâneas. Minha mãe me ensinou a importância de honrar nossas raízes, mas também de sermos inovadores. Assim, conseguimos não apenas sobreviver, mas prosperar", destaca Maria Luiza.
Escute parte da entrevista:
O comércio da rapadura, em que Elineuza e Maria Luiza estão imersas, não é apenas uma transação comercial, mas é um elo entre gerações, um tributo à resiliência cearense e um testemunho do poder transformador que as mãos habilidosas podem ter sobre uma tradição centenária.